Pela primeira vez, O maior festival de Angola Siga La Luna chega à Saurimo
Pela primeira vez, O maior festival de Angola Siga La Luna chega à Saurimo
Não vem de mãos vazias nem com passos tímidos, e traz consigo uma bandeira!
E essa bandeira não é um mero pano ao vento: é espelho, é rufar de tambor e cantar de kissanje. E nela bate o coração mineral da terra, o coração que bate ao ritmo das memórias e do orgulho do povo que a molda. No centro, o diamante: não o da cobiça dos homens, mas o outro, mais profundo, o que brilha nos olhos de quem resiste, de quem sonha, de quem dança mesmo quando o chão estremece!
Este diamante é semente de histórias antigas, odisseias nascidas do barro e da palavra, polidas pelo tempo como se fossem canções. Está no quotidiano e nos ritos, no suor das mãos calejadas e nos sorrisos que se oferecem ao estranho como a quem volta de longe. O traço firme da bandeira e os círculos em espiral são o mapa espiritual de uma cidade que gira entre o ontem e o amanhã, sem nunca soltar o presente.
A Luna pisa pela primeira vez o chão do Saurimo mas a terra, essa, já a reconhecia de longe. E com esta bandeira, o festival não só celebra: consagra, e leva consigo a força do Saurimo como farol. Porque há lugares onde o futuro é só outra forma de seguir os caminhos da Luna.
História Do Festival Siga La Luna
Luna é a pessoa que dá corpo e vida ao “Festival Siga la Luna”. Ela nasce da noite e da tradição, inspirada na lendária “Mwana Pwo”, a figura mística dos povos Tchokwe que simboliza a ancestralidade, a feminilidade e a continuidade da vida. O Seu rosto, marcado por traços delicados e simbólicos, carrega a sabedoria das gerações passadas e a força das que ainda virão. Ela é um elo entre mundos, dançando entre tempos e espaços, guiando aqueles que buscam a beleza na arte e no movimento.
Assim como a Mwana Pwo, Luna representa mais do que um ser, ela é um espírito que atravessa o tempo, presente nas histórias contadas à beira da fogueira, nos ritmos ancestrais dos tambores e nos gestos de uma dança que ecoa o pulsar da terra. O Seu olhar profundo reflete a dualidade entre o passado e o futuro, entre a tradição e a reinvenção.
O festival Siga La Luna é a materialização desse espírito. É o momento em que a sua essência ganha corpo, onde a música, a dança, as cores e os encontros recriam a sua presença. Seguir a Luna é deixar-se levar pelo ritmo, é sentir a energia de algo maior, de uma força colectiva que une artistas e público numa só vibração.
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